terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Análise desfile de segunda-feira Especial

São Clemente: Divertido
Enredo: O Conto do Vigário

Comissão de frente: Trouxe o conto do vigário. Dois vigários que disputavam uma santa. O vigário vigarista propôs colocar a santa num burro e pra igreja que o burro fosse, a santa ficaria. Só que o burro era dele. O caminho que o burro conhecia era o caminho da igreja dele. Muito bem contado, coreografado. Elemento cenográfico foi uma igreja barroca. Ótimo.

O Abre-Alas mostrava várias trapassas. Vigários, comerciantes, novamente vimos o burro do conto do vigário. Um grande burro no centro do carro com vários movimentos. Bonito.


As alas contaram vários golpes. A primeira ala veio com o santo do pau oco que levava as pedras preciosas dentro das esculturas pra não pagar imposto. Dom João deu a volta em Napoleão, vindo pro Brasil. O jeca tatu, o caipira que facilmente era enganado com sua inocência ao chegar às grandes cidades. O caipira caindo no golpe do lote funerário. Comprava o lote, mas não podia construir, pois eram túmulos. Ótimas fantasias. Ala bilhete premiado. Máquina de fazer dinheiro.

Ala do golpe do encosto

O segundo carro "Vende-se um terreno na lua". Os caipiras caindo no golpe. Muito colorido com os golpistas e caipiras em meio as frutas, bancas de feiras, carroças. Ótimas esculturas estilizadas. Aparências infantis nas esculturas. Na sequência, as alas traziam as receitas milagrosas. Ala do golpe do encosto. Esculturas acima da cabeça dos componentes em forma de diabo davam altura num efeito muito bom. As baianas vieram de "Trago a pessoa amada em 3 dias". Os passistas vieram de lobos (homens) e cordeiros (mulheres). O terceiro carro: "Vende-se um pedacinho do céu". Trouxe os golpes dos religiosos. Esculturas de igrejas, com cofres com barras de ouro, uma escultura de lobo em pele de cordeiro, muitos componentes entre vilões e enganados.Seguindo, as alas traziam as vigarices políticas. Ala caçador de marajás, Ala seu voto por uma dentadura. A bateria veio de laranja, simbolizando os negócios escusos. Depois da bateria, ala Ficha limpa. O quarto carro trouxe Marcelo Adnet, compositor do samba, interpretando o presidente Jair Bolsonaro e distribuindo laranjas, O carro trás várias frases do governo que também remetem a fake news.

Marcelo Adnet, como Jair Bolsonaro

Seguindo, as alas dos golpes de tratamento médico, golpes de fotos lindas no cardápio, mas na hora o produto é horrível, combustível falsificado, bombas de combustível adulteradas, 'La garantia soy jô', cavalo de Tróia. O quinto carro "Fábrica de Fake News". Um enorme pinóquio na frente com muitos movimentos. Samba muito divertido, letra muito fácil, a cara da São Clemente. Ótimas fantasias, coloridas, enredo de fácil leitura e identificação. Mais um ano de permanência da escola na Série A.


Unidos de Vila Isabel: LUXO
Enredo: “Gigante pela própria natureza: Jaçanã e um índio chamado Brasil”

Comissão de Frente: O pouco que a Globo nos deixou ver, mostrou uma comissão com uma bela coreografia de índios com lindo figurino. O elemento cenográfico trazia uma mata que em num momento pegava fogo. Da alegoria, onças saiam fugindo do fogo. Acabamento sensacional. Não posso analisar mais do que isso, porque a Globo não mostrou a coreografia completa. Destaco, por mais um carnaval, a péssima transmissão da Globo, que tem todos os recursos técnicos pra fazer excelentes transmissões, mas não tem sensibilidade, não entendem nada de carnaval, não estão nem aí pra mostrar o que eles mesmos chamam de 'maior espetáculo da Terra'. Falta de respeito. Falta de consideração. Não vimos Martinho da Vila e Sabrina Satto apresentando a escola. A Globo não entende nada de carnaval e não liga pra nós que gostamos.

Comissão da Vila Isabel

Início gigante. Deslumbrante. Fantasias luxuosas, cores fortes, acabamento impecável. O Abre-Alas com três carros acoplados, 70 metros de comprimento e uma altura máxima de 20 metros. O maior carro do carnaval até aqui. O azul predominante. Esculturas, iluminação, sensacional. Trouxe o símbolo da escola, a mata e a mãe índia, apresentando seu filho, o índio do enredo que irá viajar o Brasil até Brasília, passando pelas regiões do país. Espetáculo impactante. LUXO. As alas atrás do Abre-Alas começam a passear pelo Brasil. O Sul do país, assim como o segundo carro com 2 bois gigantes no início do carro. Carro de boi e as tradições do Sul como o vinho. O passeio continua pelo Sudeste. Bossa nova, praias, as passistas e bateria dentro do Sudeste. O terceiro carro trás Juscelino Kubitschek em Diamantina, sua terra natal. Carro com azulejos de Minas, painéis enormes passando imagens de Minas. A arquitetura do estado também muito presente, muito bom gosto. E veio o Nordeste. Nas alas, Berimbaus, festas de Pernambuco, a caatinga, cangaceiros, os retirantes a caminho de Brasília. O quarto carro é um pau-de-arara a caminho de Brasília. Lindo. Amarelo e terra. Muitas esculturas, elementos giratórios, grandiosa, a Vila. O último carro representou Brasília e sua arquitetura. A catedral da capital federal com a coroa da Vila em cima e tudo espelhado. Sem dúvida, até agora, a mais luxuosa. O carnaval mais caro de 2020. O samba bom. melodioso, cadenciado, comunidade cantou muito. Se teve um ponto negativo, foi o entendimento do enredo. Como foi uma lenda criada pelo carnavalesco, não há identificação. Não foi difícil, mas sem explicação dos comentaristas, tive que me esforçar para entender algumas coisas. Não deve atrapalhar no julgamento dos jurados. A Vila tá no páreo.

Abre-Alas esplêndido


Acadêmicos do Salgueiro: Grandioso
Enredo: 'O Rei Negro do Picadeiro'

O Salgueiro trouxe a história de Benjamin de Oliveira. Um morador do morro do Salgueiro que fugiu com o circo e se tornou o primeiro palhaço negro do Brasil. Ele se tornou um artista completo. Ator, diretor, palhaço, cantor, compositor e dançarino.

Comissão de Frente: Impossível comentar. A merda da Rede Globo não mostrou nada. Eu queria saber quando a Globo vai aprender a transmitir o carnaval com o respeito que ele merece. Pelo amor de Deus. Achei essa postagem do Facebook de gente que estava na arquibancada e fez, com um simples celular, melhor que a poderosa Rede Globo. Filmagem Facebook

Um tripé gigante com dois elefantes montados em bicicletas. Lindo, mas teve problemas e veio lento. Abriu um buraco considerável na terceira parte da avenida e se estendeu até o fim. Certamente perderá pontos em Harmonia e Evolução.

Os tripés que causaram o problema

Atrás dos elefantes, o Abre-Alas. Um enorme circo amarelo e vermelho. Esculturas grandiosas. Ursos, leões, cavalos, lonas, muitos componentes. Lindo. Alas belíssimas. fantasias luxuosas. Coelhos saindo de cartolas, equilibristas de pratos, atiradores de facas. O segundo carro, um grande picadeiro. Malabaristas, anões, equilibristas, destaques lindos, trapezistas. Em seguida alas de videntes com mesas e bolas de cristal, Palhaços, bailarinas, músicos, mágicos, compositores, um tripé trouxe o ator Ailton Graça representando Benjamin de Oliveira. Outro carro trouxe o humorista Hélio de La Peña como Benjamin de Oliveira, em outro momento da vida. O último carro grandioso. Uma escultura de Benjamin de Oliveira com 20 metros sentado no alto do carro, colocando e tirando uma máscara de palhaço como a maquiagem que ele usava de verdade. Na traseira, um palhaço tradicional enorme também. Um telão com imagens de humoristas negros. Sensacional. Quase todas as alas maquiadas, fantasias completas. Mangas, luvas adereços, cabeças, adornos, LUXO. Carnaval sem problemas de dinheiro. Colocou o circo na avenida. Alegre, lindo, rico. Achei o andamento do samba acelerado. Poderia ser um pouco mais lento. Acho que encaixaria melhor. Com os problemas de Harmonia e Evolução por conta dos buracos causados pelo tripé, não deve ter chance de ser campeão. Uma pena.

Salgueiro na avenida


Unidos da Tijuca: Bom desfile
Enredo: "Onde moram os sonhos"

A Tijuca mostrou a arquitetura e o urbanismo das grande cidades, das grande civilizações.

Comissão de frente: Trouxe a coreografia com componentes como grafites com macacões pretos. Em determinado momento acendiam leds coloridos pelo corpo. Entravam no elemento cenográfico acesos, junto com o Leonardo Da Vincci (grande arquiteto) e montavam uma construção, se empilhando e jorrando água de verdade como uma fonte. Um chafariz. Bonito. Houve um problema que certamente descontará pontos. Os leds de um dos componentes não acendeu.

O Abre-Alas trouxe o Cristo Redentor, dentro do carro, cercado de pessoas, característica de Paulo Barros. O Cristo levantava e girava no alto do carro. Bonito. As alas em sequência, mostravam as grandes construções das civilizações passadas através das fantasias e elementos cenográficos representando as construções no meio das alas. Esses elementos facilitaram muito o entendimento do enredo.

Elementos cenográficos no meio das alas

Iraque, Egito, Coliseu de Roma, Grécia. O segundo carro, trás o exército de terra cota. Através de duas rampas, o exército sai do carro e compõe uma ala à frente do carro. Depois volta pro carro. Mais uma vez, Paulo Barros. Seguindo, trouxe as ocas, novamente no meio das alas, representando as construções indígenas. Outra ala, as casas coloniais, com o mesmo recurso do elemento cenográfico. As igrejas com as alas de dourado representando o ouro. A chegada da família real trazendo a arquitetura francesa. Academia Imperial de Belas Artes. As baianas vieram de Catedral de Brasília. O terceiro carro vem no mesmo estilo das baianas que estão à frente do carro, representando a Catedral de Brasília, em azul, espelhada, elementos giratórios. Esculturas sacras belíssimas em branco, como se fossem de mármore. Lindo. Na sequência, a preocupação com a natureza que pena com o progresso. Depois da passagem da bateria, veio a poluição nos mares com uma ala em que os componentes estavam dentro de um pano azul, simbolizando o mar poluído, os engarrafamentos, os problemas na avenida. O terceiro carro mostra o derretimento das geleiras. No alto, uma geleira derretendo com aguá de verdade caindo e uma escultura de um urso polar e seu filhote no que resta do gelo. Lindo. A partir daí, as soluções. Alas de bicicletas, trazendo as soluções para uma melhor qualidade de vida. Ala de reciclagem com fantasias feitas com materiais recicláveis, Construções sustentáveis. O último carro representa a qualidade de vida. Uma cidade ecologicamente prefeita. O último elemento do carro é o Cristo Redentor escrito 'PAZ". Iniciou e encerrou o desfile com o Cristo. Foi um bom desfile. O enredo muito bem explicado na avenida. O recurso dos elementos das construções no meio das alas ajudou muito a contar o enredo. Os carros de Paulo Barros belos como sempre. Mas não empolgou. Acho que não está no páreo.

Carro com a cara de Paulo Barros


Mocidade Independente de Padre Miguel: Campeã
Enredo: "Elza Deusa Soares"

Comissão de Frente: Sensacional. A melhor até agora. Começa com o início de vida difícil de Elza Soares, com lata d'água na cabeça. As bailarinas sambando com latas na cabeça. Mostrou a perseguição que sofreu. Os elementos cenográficos representando as casas pobre que viveu. Em um segundo momento, as portas das casas se abrem e surgem Elzas já estrelas. Um palco aparece com hologramas sensacionais com imagens dela e do símbolo da escola. Espetacular.

As estrelas Elzas da comissão de frente

O Abre-Alas representando a estrela Elza, em sua primeira apresentação no programa de Ary Barroso. Quem representou Elza foi sua neta, com um vestido igual ao dela, apertado com alfinetes, pois o vestido era de sua mãe. Um bela escultura com o rosto de Ary Barroso. Os louva-deuses que ela usava no ouvi pra afinar a voz, instrumentos, a Era do rádio, misturado a casas simples, fumaça, aguá no carro, componentes com lata na cabeça, iluminação. Grande e de muito bom gosto. As alas representando as crenças de Elza. Caboclo, a vaca que a lambeu para lhe curar. Um tripé com São Jorge, exu, vários simbolismos. Na sequência os trabalhos. Fábrica de sabão, doméstica. faxineira. E vieram as alas com os trabalhos musicais. Uma ala faz referência ao futebol. O segundo carro, faz referência ao Botafogo e a ligação com Garrincha. Imagens no telão do carro com grandes momentos dela com Lui Armstrong, Astor Piazzola, Lupcínio Rodrigues, por exemplo. Depois desse carro, uma homenagem ao Salgueiro, onde ela foi a primeira mulher a cantar um samba-enredo. Na bataria, a batuta na mão do mestre Dudu, é a mesma que Elza deu ao famoso e saudoso Mestre André, da Mocidade. Depois da bateria, os enredos da Mocidade em que Elza participou. As baianas representaram o último carnaval defendido por Elza na Mocidade, em 1976. Alas representando as apresentações dela em circos. O quarto carro vem justamente com o circo. Uma pantera negra enorme. Pantera era seu apelido quando criança. Linda. Na sequência, a superação, a luta de Elza pra vencer. No último carro, ela veio. Sentada. Emocionada. Amigos e família. Bateria espetacular com 4 paradinhas sensacionais. Um andamento lento à moda antiga, perfeito para o ótimo samba, pra mim, o melhor do ano e a melhor bateria também. Tirando a comissão de frente que foi luxuosíssima e muito cara, com certeza, as alas estavam bem vestidas, mas sem luxo. Fantasias muito bem elaboradas que contaram a história do enredo. Os carros de muito bom gosto, alguns grandes e muito dentro do enredo. Bom, pra mim, pintou a campeã.

A homenageada Elza Soares


Beija-Flor: No páreo
Enredo: "Se essa rua fosse minha"

O enredo trouxe os caminhos pelas ruas e rotas que o homem percorreu ao longo da existência. Caminhos de conquistas, de fugas e imaginários. Trouxe o exu e as entidades do povo de rua. E promete terminar o desfile na rua do samba. A Sapucaí.

Comissão de frente: Gangues se enfrentaram num ferro velho na esquina da Avenida Brasil com a BR 040. Inspirado nas gangues de Nova Yorque, com traços de Mad Max, as gangues brigam. Em determinado momento, carros se movimentam na avenida. As carcaças abrem, os membros das gangues somem e aparecem entidades do povo de rua. Grandioso. Muito risco, pois os elementos tinham movimentos independentes. Todos tinham que funcionar até o fim.

A luta das gangues

O desfile começa com as pontes de gelo. O Abre-Alas todo em branco e fumaça, representando as rotas da Era glacial. Beija-flores estilizados, como se fossem pré-histórico, brancos no topo da alegoria. Iluminação discreta em pontos específicos do carro, deram um efeito ótimo. Grandioso. Ala com a invenção da roda que facilitou as viagens. A mais antiga rota que se tem notícia na Pérsia, veio na sequência. As baianas vieram com a rota da seda, na China. A rota do comércio, os Etruscos. A expansão romana. O segundo carro representa o Império Romano. Estrutura romana com uma escultura de um imperador romano no alto do carro. Enorme. Linda. Vários componentes no carro. Soldados. Fantasias lindas. Cavalos, símbolos romanos representados. O Império Romano responsável por abrir muitas rotas em suas conquistas. Na sequência, a água. Os caminhos que a água levou. Caminhos sul americanos no Peru, no Brasil. Os Bandeirantes, desbravadores do país usando os rios. Os caminhos de Minas Gerais. Pelas ruas do Rio no tempo de Debret. O terceiro carro vem com o Rio de Debret. Uma escultura do pintor no topo do carro com aquarela e pincel, movimentos de braços e cabeça. Lindo. Referência a primeira rua a receber calçamento no Rio de Janeiro. A Ladeira da Misericórdia. Calçada feita por negros escravos. Lá estão eles de novo calçando a ladeira no carro. Esculturas de negras escravas belíssimas. Seguem os caminhos. As ruas como palco de manifestações de fé. Meca. Budismo com as escaladas ao topo do mundo. Judaísmo. A bateria veio de cigano. Povo que vive nas estradas. Lavagem do Bonfim. Os romeiros de Aparecida. O terceiro carro veio com Nossa Senhora de Aparecida representando as romarias. O carro tem 25 metros, acho que o mais alto a passar neste carnaval. Muita luz nesse carro todo em amarelo. Muitos destaques muito luxo. Símbolos católicos. Na sequência, as ruas de metrópoles mundiais. Nova Yorque, Paris, Abbey Road, em Liverpool, a rua da famosa capa do disco dos Beatles. Buenos Aires com o tango, Copacabana, Av. Atlântica, O quarto carro Copacabana. Destaque de sereia, o sol, uma escultura linda de sereia. Na sequência os caminhos imaginários. A via Láctea, o labirinto do minotauro, fada do arco-iris, gnomos, o fechamento com pedrinhas de brilhantes. O último carro fecha com a Marquês de Sapucaí calçada de brilhantes. Espelhos, branco e azul, cores da escola, elementos giratórios, destaques girando com o elemento, iluminação e a Apoteose no fundo do carro. A Beija-Flor fecha o desfile com uma ala simples. A ala do povo na rua. Fantasias simples, brancas, trazendo faixas com frases de antigos sambas da escola. O samba é bom, a cara da escola. Bateria deu show. Ótimas paradas. Um andamento um pouco acelerado, mas combinou com o samba. Ta no páreo.

Carro Império Romano

Todas as fotos são do G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário