sábado, 22 de fevereiro de 2020

Carnaval: Análise Série A (sexta-feira)

Com menos dinheiro, todas as escolas tiveram que usar a criatividade para se superar.

Acadêmicos de Vigário Geral: Surpreendeu
Enredo: a farsa da história do Brasil, do descobrimento até hoje.

Pela primeira vez na Série A, a escola se saiu muito bem. Belas fantasias com ótimas soluções. Bom samba, alegria dos componentes e críticas aos governos atuais, inclusive com um tripé representando o presidente Jair Bolsonaro como o palhaço Bozo, com faixa presidencial e fazendo 'arminha' com as mão. A escola teve problemas na dispersão e as alegorias não agraram muito. Carros muito simples, destacando as condições financeiras. Mas no geral, fez um ótimo desfile para a primeira vez na Série A.

Acadêmicos da Rocinha: Decepção
Enredo: A história da Vovó Maria Conga

O samba era bom, contava a história do enredo, componentes com garra, como sempre, o enredo de fácil leitura e identificação. Apesar das qualidades, o desfile deixou a desejar. Fantasias muito simples, carros com problemas graves, escola muito pobre para a Série A, mesmo com os problemas financeiros que todas enfrentaram este ano. Além disso, teve problemas de evolução, deixando buracos grandes principalmente no fim da escola. Uma pena.


Unidos da Ponte: Bom desfile
Enredo: Elos da Eternidade

Venceu bem os problemas financeiros com ótimas soluções de fantasias e alegorias. O desfile mostrou a luta do homem na tentativa da eternidade. Mostrou que a eternidade é alcançada pelo legado que se deixa. Obras de arte, descobertas e tudo que se perpetua. Fechou o desfile com os grandes carnavais que ficaram eternizados. Muito bom desfile. O ponto fraco foi o acabamento de algumas fantasias e alegorias, que podemos creditar às dificuldades financeiras.

Porto da Pedra: A melhor
Enredo: Baianas

Com um enredo leve e de fácil leitura, a Porto da Pedra apostou na simplicidade e deu certo. As alas contavam o enredo sem precisar de legenda. Muito fácil o entendimento. O samba ajudou. Não vi grande erros no desfile. Não foi exuberante, mas foi simples, passou a mensagem facilmente. Passou leve e animou o público.


Acadêmicos do Cubango: A mais Luxuosa
Enredo: A Voz da Liberdade (A história de Luiz Gama, importante abolicionista)

O luxo, proporcionado pelo investimento de um milhão e meio de reais, feito pela prefeitura de Niterói, não foi suficiente para a Cubango fazer um bom desfile. Carros grandes e bonitos tiveram problemas. Parte de alegorias quebradas prejudicaram muito. O abre-alas desacoplou e passou separado logo na primeira cabine de jurados. Parte da pata de um enorme cavalo quebrou e por toda a avenida, componentes da escola desfilaram segurando a parte que se soltou. Talvez pelos problemas logo no início, a escola passou tensa e não empolgou. O ponto positivo foi a comissão de frente. Para mim, a melhor da noite. Uma pena.

Renascer de Jacarepaguá: Pobre
Enredo: "Eu que te Benzo, Deus que te Cura" (Benzedeiras)

Um bom enredo, de fácil entendimento, empolgação de seus componentes, um bom samba. As coisas boas acabam aqui. Muitos problemas em fantasias e alegorias. Fantasias muito simples, com braços descobertos e materiais que não condizem com a Série A. A Renascer, para mim, foi a escola que mais sentiu os problemas nas finanças. Com problemas também na evolução, a Renascer só não foi pior que a Império Serrano.

Império Serrano: Vergonha
Enredo: “Lugar de mulher é onde ela quiser”

A Império Serrano apostou em um enredo da moda. Logo no início do desfile, uma tragédia para os amantes do carnaval. As baianas da Império Serrano desfilaram sem as saias. De bermudas, apenas com a parte de cima das fantasias, as pobres baianas sofriam tentando não se abater com o fato de estarem sem seus adereços principais. Uma vergonha. Uma coisa inaceitável. Imperdoável. Se não bastasse, componentes da bateria, outra parte essencial de uma escola de samba, desfilaram de chinelos e vários sem os adereços de cabeça. Um dos carros quebrou e teve que ser empurrado por quase toda a avenida. Nos carros e nas fantasias de muitas alas, deu pra perceber que o desfile foi pensado. Planejado. A escola priorizou o verde de seu pavilhão. Contou o enredo. Mas os erros imperdoáveis com alas tradicionais, evidenciaram a falta de competência e comprometimento com a tradição de uma escola que é um dos pilares do samba. Que tristeza. Que vergonha.


Então Tá. Amanhã falo do sábado.

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